sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

O STF julga o principio da vida humana


Artigo da Dra. Maria Dolly Guimarães – Advogada, Presidente da Federação Paulista dos Movimentos em Defesa da Vida e Vice-Presidente da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família – sobre o tema da pesquisa com embriões humanos, que está para ser julgada pelo Supremo Tribunal no dia 5 de março.

***
O Supremo Tribunal Federal brasileiro, órgão composto por onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República, julgará no próximo dia 05 de março, a Ação Direta de Inconstitucionalidade de nº 3.510, proposta pelo Procurador Geral da República, em razão do art. 5º e parágrafos, da Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, (Lei da Biossegurança) que admite, nas condições que especifica, sejam mortos seres humanos em sua fase inicial de vida, "para fins de pesquisa e terapia".

É grande a preocupação, ante a iminente ameaça da utilização, em nosso país, do próprio ser humano em sua fase inicial de desenvolvimento como objeto de experimentação, violando o mais fundamental de todos os direitos: o direito à vida e a correlata e indissociável dignidade da pessoa humana, expressos nos artigos 1º, III e 5º, caput, da Constituição Federal.

A embasar o direito fundamental à vida e sua proteção, desde a concepção, isto é, desde o momento em que se forma o indivíduo humano único e irrepetível, com a união do DNA paterno ao DNA materno, estão as legislações internacionais, que homologadas no nosso país, ganham força constitucional, como a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS em seu artigo 3º: Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade, à segurança pessoal. E o artigo 5º: Ninguém será submetido a tortura, nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.

Outra não é a disposição da CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA, Assembléia Geral das Nações Unidas em 20/11/1989, que ratificada pelo Brasil em 24/09/1990 dispõe : Parte I, artigo 2º - Os Estados-partes respeitarão os direitos previstos nesta Convenção e os assegurarão a toda criança... sem discriminação de qualquer tipo, independentemente de... impedimentos físicos, nascimento ou qualquer outra condição da criança... E no seu artigo 3º - 1. Em todas as medidas relativas às criança, tomadas por instituições de bem estar social públicas ou privadas, tribunais, autoridades administrativas ou órgãos legislativos, terão consideração primordial os interesses superiores da criança.

Da mesma forma dispõe o PACTO INTERNACIONAL DE DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS, regulamentado pelo Decreto 592/92, em seu artigo 6º: O direito à vida é inerente à pessoa humana. Este direito deverá ser protegido pela lei. Ninguém poderá ser arbitrariamente privado de sua vida.

Por seu turno, o PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA, reconhecido pela nação através do decreto n° 678/92 em 25/9/92, estabelece no artigo 2°: Para efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser humano. E no artigo 4º - Direito à vida 1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.
No mesmo passo também as legislações infra-constitucionais como o Código Civil Brasileiro, que em seu art. 2.° : ... põe a salvo desde a concepção os direitos do nascituro.

O STF brasileiro deverá decidir então: Se o ordenamento jurídico brasileiro protege a vida. Se sim, respondendo desde quando é vida humana. Para tanto, convocou audiência pública, nos termos do § 1º, do art. 9º, da lei nº 9.868/99, e a realizou em 20 de abril de 2007, com a participação de representantes da comunidade científica, onde, ficou comprovado o início da vida no exato momento da junção dos gametas feminino e masculino, como aliás descrevem todos os tratados de Embriologia Humana, que afirmam que o início da vida humana se dá na concepção. Fato já descrito pelo Pai da Embriologia Moderna, Karl Ernst von Baer, em 1827.

Cabe esclarecer que recentemente, em Setembro de 2006, no Congresso em Roma "Steam Cells: what future for terapy", mais de 300 cientistas se posicionaram pelo respeito ao ser humano desde a concepção, dentre outros: Dra. Alice Teixeira Ferreira da Unifesp/Brasil; Francisco Silva da PrimeCell; James Sherley do MIT; David Prentice; K. Yamanaka da Universidade de Kioto; C.P. Mck Guckin de Newcastle Upon Tyne; Ornella Parolini de Brescia; B. Vout de Melborne; B.E. Strauer de Dusseldorf; Na Habid de Londres.

Trata-se pois de um fato científico e não de um dogma religioso, visto que este fato científico somente foi aceito em 1869, pelo então Papa Pio IX. A partir de então, no cumprimento de seu DEVER de defender a dignidade do ser humano, que a Igreja Católica Apostólica Romana passou a promover a defesa da VIDA HUMANA desde a concepção até a sua morte natural, o que vem sendo afirmado na atual campanha da Fraternidade: Fraternidade e Defesa da Vida – Escolhe, pois, a Vida. Tal defesa e promoção não se limita aos católicos, sendo também protagonizada por espíritas, evangélicos, seicho-no-ie, muçulmanos, agnósticos e demais denominações.
E finalmente decidirá o órgão supremo do nosso Poder Judiciário, da constitucionalidade ou não da lei que autoriza a pesquisa científica e terapia com embriões humanos congelados.

No tocante ao mundo científico e suas pesquisas, recentemente, a comunidade científica mundial declarou unanimemente que para se estudar as células embrionárias humanas não há mais necessidade de matar embriões para se obter suas células. Estas podem ser obtidas do líquido amniótico, que pode ser coletado em partos cesáreos.

O desconforto ético advindo do desrespeito à vida humana em fase inicial de desenvolvimento e dificuldades técnicas, tais como a do fenômeno da rejeição, tem levado os integrantes da própria área de pesquisa com células tronco-embrionárias humanas, à procura de alternativas para a obtenção de células tronco - embrionárias a partir de células adultas do próprio indivíduo. Já há alguns meses, Dr. Shinya Yamanaka, da Universidade de Kioto, Japão, eminente pesquisador, conseguiu reverter células humanas adultas em células com características embrionárias. Dr. James Thomson informa que já há mais de 3.000 linhagens de células embrionárias humanas no mundo que podem ser fornecidas a quem quer estudá-las. Por outro lado o tratamento de doenças degenerativas com células tronco adultas vem dando resultados positivos.


De acordo com Dr. David Prentice, de Georgetown, já existem 20.000 pacientes tratados com células-tronco adultas, vivos e sem câncer ou qualquer outro problema ao passo que não existe um só resultado de tratamento com células embrionárias humanas. Isto porque elas produzem teratomas, que são tumores de características embrionárias quando injetadas em roedores e como tem genoma diferente do paciente receptor são rejeitadas, não há pega devido a incompatibilidade imunológica. Tal não ocorre com as células tronco adultas porque se trata sempre de autotransplante: as células-tronco são obtidas do próprio paciente.

O Brasil é um dos países do mundo que mais avança em termos de pesquisa clínica com células tronco-adultas, obtendo resultados positivos já divulgados internacionalmente, seguindo parâmetros éticos e demonstrando respeito pela vida humana. Além disso, trabalhos científicos recentes mostram que, respeitando-se a ética, ou seja, a dignidade e a vida do ser humano, é viável e vantajoso, do ponto de vista técnico, prosseguir nas pesquisas para aperfeiçoar cada vez mais a Reprogramação de células adultas do próprio paciente, como fonte de células pluripotenciais (iPS) capazes potencialmente de originar qualquer tecido ou órgão, sem o obstáculo da rejeição que decorreria naturalmente com as células de outros seres humanos, mortos em fase embrionária para fins de utilização de suas células..

A título de ilustração, ainda no dia 20 de fevereiro último, a Agência FAPESP –Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, lançou um boletim afirmando que as terapias com células-tronco não são apenas uma esperança para a cura de diversas doenças: elas são também uma promessa de desenvolvimento econômico, segundo a opinião de Paul Sanberg, diretor do Centro de Excelência para o Envelhecimento e Reparação Cerebral da Universidade do Sul da Flórida, Estados Unidos, isto é, as Células-tronco ADULTAS não só curam como dão patentes e dinheiro.
Com essa exposição, espera-se firmemente que o valor da vida humana, desde a concepção, e sua dignidade, sejam mais uma vez reconhecidos tal como o são pelo direito natural e ciências correlatas, com a declaração da inconstitucionalidade da Lei de Biossegurança.

Espera-se que as comunidades científicas nacionais e internacionais, da medicina e do direito, expressem seus pareceres junto aos Senhores Ministros do STF. http://www.stf.gov.br/ ou http://www.stf.gov.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=sobreStfConhecaStfQuemEQuem
Dra. Maria Dolly Guimarães – Advogada, Presidente da Federação Paulista dos Movimentos em Defesa da Vida e Vice-Presidente da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Amigas


"Não suba... faz você chorar."

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

A Preciosa Vida Humana

Quem gosta do grupo inglês Monty Python? Lembro do esquete em que casais protestantes comportados moravam com seu filho único, enquanto a bagunçada e prolífera família católica, com seus 63 rebentos, aumentava até quando a mulher lavava roupa no tanque. Hilário. Mas não ouviram falar da Paternidade Responsável.

Para os EUA, esse fato é motivo de grave preocupação. Os latinos, em franca reprodução, assustam, sobretudo se forem mexicanos. Será por isso que ajudam tanto as ONGs atuantes nos países em desenvolvimento, distribuindo camisinhas e etc? Henry Kissinger já falava sobre a necessidade de mexer na legislação desses países, usando razões de saúde pública. Imagino também quanto dinheiro grandes laboratórios esperam lucrar com o comércio de Embriões. Afinal a campanha pelo seu uso é forte. Por que?

Os cientistas da Universidade de Kyoto descobriram o processo de modificar geneticamente células adultas, tornando-as tão flexíveis quanto as células-tronco embrionárias. Por que então a insistência em coisificar os Embriões Humanos?

Razões estranhas ao bom-senso e humanidade atuam sobre nossos intelectuais. Será que influenciarão a decisão do STF no julgamento da constitucionalidade da ADIN 3510? Tomara que não. Esperemos que os Ministros da Suprema Corte façam uma opção pela valorização da vida humana.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Paz



“La pace è la semplicità dello spirito”,
la serenità della mente,
la tranquillità dell´anima,
il vincolo dell´amore.”
PADRE PIO DE PIETRELCINA


domingo, 17 de fevereiro de 2008

A melhor escola do mundo é finlandesa




As instalações são simples, mas o currículo é amplo, incluindo música, artes e duas línguas estrangeiras. Na Finlândia acredita-se que todo mundo precisa ter uma educação mínima para ser cidadão. A educação de qualidade foi essencial para uma virada na economia. A mão de obra qualificada permitiu que a eletrônica substituísse a madeira e o papel como principais produtos de exportação. A Nokia é a maior fabricante mundial de celulares, com 40% do mercado internacional. Quem diria que era uma antiga fábrica de papéis e botas de borracha?

Os 5 Segredos da Educação Finlandesa:
1) A exigência com os professores é alta e a carreira, concorrida.
O vestibular para ser professor é um dos mais disputados do país. Apenas 10% dos candidatos são aprovados. Exceto na pré-escola, o mestrado é pré-requisito para lecionar.

2) A mesma qualidade para todos.
A discrepância no desempenho entre as escolas do país é a menor do mundo. O governo mantém um sitema sigiloso de avaliação das escolas (99% são públicas) e os diretores são informados sobre o desempenho delas.

3) Os piores alunos não são deixados para trás.
Dois em cada dez estudantes recebem aulas de reforço. Por causa disso, os índices de repetência são baixíssimos.

4) Currículo variado.
Além das matérias básicas, há aulas de ecologia, ética, música, artes, e economia doméstica. O ensino de duas línguas estrangeiras é obrigatório, mas, se o aluno quiser, pode aprender outras duas.

5) Os alunos devem ter prazer em ficar na escola
Os diretores e professores são responsáveis por criar um ambiente agradável para os estudantes. A carga horária não é excessiva e, a partir da 7ª série, os alunos são livres para escolher algumas disciplinas com as quais têm mais afinidade.

A Finlândia é o país menos corrupto do mundo, segundo a Transparência Internacional. Os impostos dos finlandeses são muitíssimo bem empregados.
(extraído da Revista Veja, 20 de fevereiro de 2008)

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Padre Pedro Willemsens


Padre Pedro Willemsens


Poderia explicar-nos como a vocação sacerdotal surgiu na sua vida?
Eu venho de uma família católica. Meus pais me ensinaram a rezar, escolheram colégios católicos para a minha formação e íamos juntos à Missa aos domingos. Na adolescência comecei a distanciar-me um pouco da fé. A Missa, que eu não entendia bem, parecia uma obrigação incômoda. De todos os modos, sempre conservei uma certa admiração pelo exemplo de atitude religiosa dos meus pais e avós. Pouco antes de entrar na universidade conheci o Opus Dei, através do Centro Universitário da Tijuca, no Rio de Janeiro. Fiquei muito impressionado com o ambiente do lugar, pela alegria, pela seriedade profissional e pelo alto nível humano e intelectual. Interessaram-me muito as atividades de formação cristã que se davam, e me surpreendeu a naturalidade com que as pessoas participavam dos meios de formação e rezavam. Tudo isso me fez refletir sobre a minha vida e sobre a minha fé. A minha vocação ao Opus Dei surgiu em um momento em que me interessei por uma nova garota. Falando com Deus sobre ela na minha oração, surgiu-me a questão: "E se Deus me chama para que me entregue totalmente a Ele?". Até então, não tinha considerado essa possibilidade mais do que como algo hipotético e distante. A partir desse momento não podia tirar essa idéia da cabeça. Conversando com um sacerdote sobre isso, ele me aconselhou a tratar esse ponto com calma na oração e a estar aberto à vontade de Deus. A princípio, a possibilidade de que Deus me pedisse essa entrega me parecia algo doloroso, uma grande renúncia. Depois, quando finalmente me convenci de que era esse o meu caminho e lhe disse que sim, pude ver como eu estava enganado. Entendi que é pura realidade a promessa do Senhor de devolver o cem por um aos que lhe entregam algo. Agora, depois de vários anos vivendo esta vocação de numerário no Opus Dei, o Senhor passou outra vez diante de mim para me chamar ao sacerdócio. Ele não pára de me surpreender...
E, do seu ponto de vista, o que ela significa?
Quando penso na grandeza e no peso da vocação sacerdotal, me reconforta pensar que é Deus quem me está chamando por esse caminho e, por isso, Ele tem a responsabilidade de não me deixar sozinho, mas de dar-me toda a ajuda de que necessitarei.
Como sua família encarou essa sua decisão?
Eles ficaram bastante contentes. Nestes anos, nem sempre foi fácil viver a necessária separação física: a minha mãe reclamava um pouco... Mas penso que Deus levará em conta também esse pequeno sacrifício, que me ajudou a sentir-me mais unido aos meus pais e a todos os meus familiares. Os meus pais e alguns outros familiares virão à minha ordenação presbiteral em Roma. Para a ordenação diaconal, veio só o meu pai. Praticamente, a primeira coisa que fiz sendo diácono foi dar-lhe a bênção de viagem depois da ordenação, pois ele pegava o avião no dia seguinte. Depois ele me contou que, chegando ao Brasil, eles atravessaram um pouco de turbulência, mas ele esteve muito tranqüilo, graças à bênção que tinha recebido do próprio filho...
O Rio de Janeiro, de onde você provém, conjuga grandes belezas naturais com um sério desequilíbrio social. Você pensa que a doutrina católica pode colaborar de alguma forma para consertar essa situação?
Estes anos vivendo na Europa representaram também uma oportunidade para pensar na minha cidade. Não só para ter saudades, mas também para imaginar como ela seria mais bonita se não houvesse tanta pobreza e miséria. Se a doutrina católica pode ajudar? Claro que sim! E talvez mais do que as pessoas pensam em geral. Na minha opinião, é muito importante que cada cidadão entenda a relevância das suas atitudes pessoais para a construção de um país melhor.
Muitas pessoas acham um desperdício que alguém de boa formação profissional, facilidade para falar várias línguas e com habilidade artísticas se dedique integralmente ao sacerdócio. O que diria a essas pessoas?
Eu não sei se você se refere a mim, pois, sinceramente, não me descreveria dessa forma, ainda que tenha que admitir que recebi muitos talentos (começando pela minha família) dos quais terei que prestar contas a Deus. Lembro-me agora de um diálogo com um amigo da faculdade, na PUC-Rio. Ele me comentou que ia aos sábados pela manhã dar aulas em um cursinho pré-vestibular gratuito que organizavam na Rocinha. Eu perguntei-lhe, um pouco surpreso: "Sábado de manhã?". Ao que ele me respondeu: "É, não posso deixar de ir porque é bom demais". Acho que essa é uma boa descrição do que acontece quando se entrega a Deus o melhor: o que recebemos é muito mais do que damos. Por isso, o único que posso dizer é: vale a pena.
Você acha que a computação pode continuar a ser um bom instrumento, agora que você se ordenará sacerdote? Ou você pensa em deixar a tarefa de programação completamente de lado? Olha, eu venho de uma família de engenheiros e sempre tive muito orgulho de haver estudado engenharia de computação. Mesmo nestes anos de estudos de teologia, procurei não perder completamente o contato com estes meu estudos anteriores, também porque me agradam muito. Mas agora eu quero ser um sacerdote 100%. Deixar de lado os bits para trabalhar com almas. Penso que a tarefa que me aguarda como sacerdote exigirá de mim todas as minhas melhores energias, e o único que quero é empregá-las completamente nesse serviço. De qualquer modo, todos estamos um pouco "escravizados" pelos computadores. Assim, penso que não faltarão oportunidades para empregar minha formação em informática. Tenho em mente também a recomendação que São Josemaria Escrivá costumava dar aos sacerdotes do Opus Dei, de não perder a mentalidade profissional de sua formação prévia ao sacerdócio.

O Papa esteve no Brasil em maio. Você gostaria de transmitir alguma mensagem à juventude brasileira por essa ocasião?
Foi uma grande alegria a notícia da eleição de Bento XVI, pois é um dos grandes heróis das últimas décadas na defesa da fé. Um dos homens mais inteligentes do nosso tempo, que possui ao mesmo tempo, uma capacidade de explicar-se de modo muito vivo e simples. Para o doutorado eu tive a sorte de ler vários dos seus escritos e fiquei bastante impressionado. De todos os modos, ainda que não tivesse todas essas qualidades (o próprio São Pedro, primeiro Papa e meu padroeiro, não tinha qualquer formação filosófica), ele merece toda a nossa veneração, por ser o representante de Cristo na terra.
A opção pelo sacerdócio vai fazer com que você aposente definitivamente o violão? E a sua paixão por "O Senhor dos Anéis"? Você acha que essas coisas podem ajudar o seu trabalho como sacerdote?
O violão é sempre uma boa maneira de alegrar o ambiente e descansar. Para isso não pretendo aposentá-lo. Sobre "O Senhor dos Anéis", eu li recentemente uma idéia de Chesterton que me fez pensar no valor da fantasia. Ele afirma que gostamos dos contos fantásticos porque estes tocam a nossa capacidade de admirar-nos diante da realidade.

A América Latina é, muitas vezes, apontada como a esperança da Igreja. Sua vivência na Europa durante esses anos de preparação para o sacerdócio deu-lhe novas luzes sobre esse tema?
A Europa me fascinou, mas tenho que dizer que nunca me senti tão brasileiro quanto nesses anos. Mas, ao mesmo tempo, aqui se convive em muitos aspectos com os efeitos de um laicismo mais arraigado, que deixa uma triste marca na sociedade. Penso, por exemplo, no clima de terror em que vivem muitos idosos de países onde a eutanásia é uma prática difundida. Em Roma, conheci uma senhora belga que tinha ido morar lá porque temia que, por qualquer motivo que a levassem a um hospital, os seus filhos não hesitariam em autorizar a eutanásia. Na América latina, o processo de secularização também vai fazendo os seus estragos. No entanto, na minha opinião, ainda conservamos melhor o espírito cristão. Isso me faz pensar na importância não só de manter, mas também de fomentar, esses valores.
Entrevista publicada pelo Jornal "O Testemunho da Fé" (de 03 a 09 de junho de 2007).

Padre Pedro Willemsens


Padre Pedro Willemsens


Poderia explicar-nos como a vocação sacerdotal surgiu na sua vida?
Eu venho de uma família católica. Meus pais me ensinaram a rezar, escolheram colégios católicos para a minha formação e íamos juntos à Missa aos domingos. Na adolescência comecei a distanciar-me um pouco da fé. A Missa, que eu não entendia bem, parecia uma obrigação incômoda. De todos os modos, sempre conservei uma certa admiração pelo exemplo de atitude religiosa dos meus pais e avós. Pouco antes de entrar na universidade conheci o Opus Dei, através do Centro Universitário da Tijuca, no Rio de Janeiro. Fiquei muito impressionado com o ambiente do lugar, pela alegria, pela seriedade profissional e pelo alto nível humano e intelectual. Interessaram-me muito as atividades de formação cristã que se davam, e me surpreendeu a naturalidade com que as pessoas participavam dos meios de formação e rezavam. Tudo isso me fez refletir sobre a minha vida e sobre a minha fé. A minha vocação ao Opus Dei surgiu em um momento em que me interessei por uma nova garota. Falando com Deus sobre ela na minha oração, surgiu-me a questão: "E se Deus me chama para que me entregue totalmente a Ele?". Até então, não tinha considerado essa possibilidade mais do que como algo hipotético e distante. A partir desse momento não podia tirar essa idéia da cabeça. Conversando com um sacerdote sobre isso, ele me aconselhou a tratar esse ponto com calma na oração e a estar aberto à vontade de Deus. A princípio, a possibilidade de que Deus me pedisse essa entrega me parecia algo doloroso, uma grande renúncia. Depois, quando finalmente me convenci de que era esse o meu caminho e lhe disse que sim, pude ver como eu estava enganado. Entendi que é pura realidade a promessa do Senhor de devolver o cem por um aos que lhe entregam algo. Agora, depois de vários anos vivendo esta vocação de numerário no Opus Dei, o Senhor passou outra vez diante de mim para me chamar ao sacerdócio. Ele não pára de me surpreender...
E, do seu ponto de vista, o que ela significa?
Quando penso na grandeza e no peso da vocação sacerdotal, me reconforta pensar que é Deus quem me está chamando por esse caminho e, por isso, Ele tem a responsabilidade de não me deixar sozinho, mas de dar-me toda a ajuda de que necessitarei.
Como sua família encarou essa sua decisão?
Eles ficaram bastante contentes. Nestes anos, nem sempre foi fácil viver a necessária separação física: a minha mãe reclamava um pouco... Mas penso que Deus levará em conta também esse pequeno sacrifício, que me ajudou a sentir-me mais unido aos meus pais e a todos os meus familiares. Os meus pais e alguns outros familiares virão à minha ordenação presbiteral em Roma. Para a ordenação diaconal, veio só o meu pai. Praticamente, a primeira coisa que fiz sendo diácono foi dar-lhe a bênção de viagem depois da ordenação, pois ele pegava o avião no dia seguinte. Depois ele me contou que, chegando ao Brasil, eles atravessaram um pouco de turbulência, mas ele esteve muito tranqüilo, graças à bênção que tinha recebido do próprio filho...
O Rio de Janeiro, de onde você provém, conjuga grandes belezas naturais com um sério desequilíbrio social. Você pensa que a doutrina católica pode colaborar de alguma forma para consertar essa situação?
Estes anos vivendo na Europa representaram também uma oportunidade para pensar na minha cidade. Não só para ter saudades, mas também para imaginar como ela seria mais bonita se não houvesse tanta pobreza e miséria. Se a doutrina católica pode ajudar? Claro que sim! E talvez mais do que as pessoas pensam em geral. Na minha opinião, é muito importante que cada cidadão entenda a relevância das suas atitudes pessoais para a construção de um país melhor.
Muitas pessoas acham um desperdício que alguém de boa formação profissional, facilidade para falar várias línguas e com habilidade artísticas se dedique integralmente ao sacerdócio. O que diria a essas pessoas?
Eu não sei se você se refere a mim, pois, sinceramente, não me descreveria dessa forma, ainda que tenha que admitir que recebi muitos talentos (começando pela minha família) dos quais terei que prestar contas a Deus. Lembro-me agora de um diálogo com um amigo da faculdade, na PUC-Rio. Ele me comentou que ia aos sábados pela manhã dar aulas em um cursinho pré-vestibular gratuito que organizavam na Rocinha. Eu perguntei-lhe, um pouco surpreso: "Sábado de manhã?". Ao que ele me respondeu: "É, não posso deixar de ir porque é bom demais". Acho que essa é uma boa descrição do que acontece quando se entrega a Deus o melhor: o que recebemos é muito mais do que damos. Por isso, o único que posso dizer é: vale a pena.
Você acha que a computação pode continuar a ser um bom instrumento, agora que você se ordenará sacerdote? Ou você pensa em deixar a tarefa de programação completamente de lado? Olha, eu venho de uma família de engenheiros e sempre tive muito orgulho de haver estudado engenharia de computação. Mesmo nestes anos de estudos de teologia, procurei não perder completamente o contato com estes meu estudos anteriores, também porque me agradam muito. Mas agora eu quero ser um sacerdote 100%. Deixar de lado os bits para trabalhar com almas. Penso que a tarefa que me aguarda como sacerdote exigirá de mim todas as minhas melhores energias, e o único que quero é empregá-las completamente nesse serviço. De qualquer modo, todos estamos um pouco "escravizados" pelos computadores. Assim, penso que não faltarão oportunidades para empregar minha formação em informática. Tenho em mente também a recomendação que São Josemaria Escrivá costumava dar aos sacerdotes do Opus Dei, de não perder a mentalidade profissional de sua formação prévia ao sacerdócio.

O Papa esteve no Brasil em maio. Você gostaria de transmitir alguma mensagem à juventude brasileira por essa ocasião?
Foi uma grande alegria a notícia da eleição de Bento XVI, pois é um dos grandes heróis das últimas décadas na defesa da fé. Um dos homens mais inteligentes do nosso tempo, que possui ao mesmo tempo, uma capacidade de explicar-se de modo muito vivo e simples. Para o doutorado eu tive a sorte de ler vários dos seus escritos e fiquei bastante impressionado. De todos os modos, ainda que não tivesse todas essas qualidades (o próprio São Pedro, primeiro Papa e meu padroeiro, não tinha qualquer formação filosófica), ele merece toda a nossa veneração, por ser o representante de Cristo na terra.
A opção pelo sacerdócio vai fazer com que você aposente definitivamente o violão? E a sua paixão por "O Senhor dos Anéis"? Você acha que essas coisas podem ajudar o seu trabalho como sacerdote?
O violão é sempre uma boa maneira de alegrar o ambiente e descansar. Para isso não pretendo aposentá-lo. Sobre "O Senhor dos Anéis", eu li recentemente uma idéia de Chesterton que me fez pensar no valor da fantasia. Ele afirma que gostamos dos contos fantásticos porque estes tocam a nossa capacidade de admirar-nos diante da realidade.

A América Latina é, muitas vezes, apontada como a esperança da Igreja. Sua vivência na Europa durante esses anos de preparação para o sacerdócio deu-lhe novas luzes sobre esse tema?
A Europa me fascinou, mas tenho que dizer que nunca me senti tão brasileiro quanto nesses anos. Mas, ao mesmo tempo, aqui se convive em muitos aspectos com os efeitos de um laicismo mais arraigado, que deixa uma triste marca na sociedade. Penso, por exemplo, no clima de terror em que vivem muitos idosos de países onde a eutanásia é uma prática difundida. Em Roma, conheci uma senhora belga que tinha ido morar lá porque temia que, por qualquer motivo que a levassem a um hospital, os seus filhos não hesitariam em autorizar a eutanásia. Na América latina, o processo de secularização também vai fazendo os seus estragos. No entanto, na minha opinião, ainda conservamos melhor o espírito cristão. Isso me faz pensar na importância não só de manter, mas também de fomentar, esses valores.
Entrevista publicada pelo Jornal "O Testemunho da Fé" (de 03 a 09 de junho de 2007).

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Hino da Coroação



Faz 50 anos, nossa turma se encontrou pela primeira vez no Colégio Sion do Cosme Velho. Contávamos permanecer juntas até a cerimônia da coroação, que encerrava o curso. Tal não ocorreu. Muitas saíram antes, enquanto outras se juntaram a nós. A vida mudou e a coroação não ocorreu para as que ficaram até o 3º ano clássico. Não importa. Contam as boas lembranças, a ótima formação, a camaradagem e o entusiasmo dos nossos encontros anuais. Vamos comemorar as Bodas de Ouro da turma de 58! Marcamos missa na Capela, seguida de passeio pelo colégio e almoço para 35 tagarelas. A alegria de nossos encontros é expressão de nossa amizade. Para quem quiser cantar, mais um hino.

Hino da Coroação

Vous allez ceindre la couronne,
Inclinez vos fronts triomphants.
Pendant que Sion vous la donne
Sur vos foyers qu’elle rayonne.
La gloire est pour la mère
Et la fleur aux enfants.

Immortelles seront les roses,
Souvenir d’un si pur bonheur,
Conservez-les toujours écloses,
Aux sentier des vertus
Au chemin de l’honneur.

Hino de Sion


(composto pelo prof. Papini em 1951)


Sionenses que a nossa bandeira
Seja sempre de paz e de amor
E que o nosso brasão
Ó Senhora de Sion
Nos conduza bem junto do Senhor.

Sionenses cerremos fileiras
Defendendo esta terra gentil
A Virgem de Sion proteja
E que o Brasil honrado seja.

In Sion, in Sion
Firmatae sumus
Sionenses bradai
Viva o Brasil!

Sionenses cantemos as glórias
De Maria, a Virgem Mãe querida
Notre Père ensinou,
Père Marie o pregou,
Que Sion é o broquel da nossa vida,

Não tercemos as armas inglórias
De Maria, a Virgem Mãe querida
Com alegria sem par,
Vamos todos cantar
O refrão
"Notre Dame de Sion"

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Usando as emoções negativas

'as emoções negativas, como medo, ansiedade, raiva, desgosto e tristeza, têm uma função muito importante: elas nos ajudam a tomar boas decisões, que nos resguardam de perigos e decepções maiores. Mas isso não significa que o desgosto deva perdurar nem que seja saudável deixar que a sensação de raiva se transforme em um ataque de fúria. Pense nas emoções negativas como uma advertência. Depois que ela é dada, deixa de ser necessária. Sentir emoções desse tipo é importante, mas fazer com que elas passem também é.


Ao contrário do que se imaginava, dar vazão à raiva só faz aumentá-la. Isso ocorre porque o cérebro entra em um círculo vicioso em que os novos acontecimentos são interpretados à luz do estado raivoso. Como se não bastasse, a hostilidade é um fator de risco de doenças cardíacas, aterosclerose e mortalidade elevada tão grande quanto o fumo e o colesterol alto. A raiva prolongada é um veneno do qual nós mesmos bebemos. Da mesma forma, cultivar a tristeza, ainda que involuntariamente, como acontece durante a depressão, coloca o cérebro em um estado em que até as situações e opiniões favoráveis tendem a ser interpretadas de forma negativa.

O cérebro humano dispõe, na sua porção mais frontal, dos recursos necessários para controlar emoções negativas. Só precisamos aprender a usá-los bem.'

(Fique de Bem com seu Cérebro, de Suzana Herculano-Houzel)

veremos como em breve.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Felicidade é uma conquista

'A felicidade se conquista. Os pensadores gregos já a relacionavam a atitudes corretas: "A felicidade é conseqüência de uma atitude", escreveu Aristóteles, que considerava essa emoção, ou estado de espírito, algo que chega aquele que sabe fazer sempre o melhor possível de acordo com suas possibilidades e as oportunidades que a vida lhe oferece. Assim o segredo da felicidade estaria em uma postura ativa e sábia diante da vida.'

(...)

'O sorriso, expressão mais evidente do bem-estar, surge de imediato. Quando é genuíno, parte das regiões do córtex cerebral que cuidam dos programas motores (...). O músculo zigomático eleva os cantos da boca, o músculo orbicular dos olhos aperta levemente as pálpebras e o músculo corrugador da testa, que arqueia as sobrancelhas quando há medo ou espanto, relaxa. Além disso, é acionado o córtex órbito-frontal, que registra a ocorrência de bons acontecimentos, como a causa do sorriso, por exemplo. O aparecimento do sorriso genuíno coincide com o aumento da atividade da região frontal esquerda, associada à felicidade.'

ainda bem que realizamos tudo isso sem pensar!

(se quiser saber mais, leia Fique de Bem com seu Cérebro, de Suzana Herculano-Houzel)

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Fim do Silêncio ou Grito Silencioso

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