sábado, 16 de março de 2013

A Sabedoria da Cruz

Lidando com o Sofrimento

Durante a última confissão, meu diretor espiritual sugeriu a leitura do livro do padre Francisco Faus: A Sabedoria da Cruz. Embora já o tivesse lido, sublinhado e anotado, percorro as sessenta páginas com entusiasmo renovado. Já que não podemos evitar a dor, é melhor aprender a lidar com ela. A modo de incentivo, para que outros aproveitem deste conhecimento, aí vai a introdução:

Um Companheiro Inseparável

"O sofrimento acompanha-nos, passo a passo, no caminho da vida. É um companheiro assíduo e inseparável: sofrimento físico, sofrimento moral, doença, decepção, frustração, perda... O sofrimento pode ser um grande amigo ou um terrível inimigo, pois tem o poder de edificar ou destruir, de enriquecer ou despojar. Tudo depende de como o encaramos, do “sentido” que somos capazes de lhe dar.

A sombra da cruz – do sofrimento e do sacrifício – faz-nos estremecer. Custa-nos entendê-la e, ainda mais, custa-nos aceitá-la. Por que o sofrimento? Por que o sacrifício? Todos nós já fizemos provavelmente essas perguntas, uma ou muitas vezes na vida. E todos sabemos que, quer perguntemos quer não, quer aceitemos a cruz ou nos revoltemos contra ela, continuará a fazer parte deste mundo e da vida de cada um de nós. Em nada pode ajudar-nos fazer meras especulações sobre o sofrimento baseadas em hipóteses irreais: “Se não existisse o sofrimento...”, “Deus não deveria permitir o sofrimento...”, “Se Deus é Pai, por que nos deixa sofrer?”... A realidade é que o sofrimento existe e que Deus o permite. Por isso, só poderemos encontrar um “sentido”, uma ajuda, se fizermos as perguntas sobre a dor dentro do quadro da vida real: “O sofrimento existe, sempre existiu e continuará a existir. Eu tenho-o na minha vida. Que sentido tem? Que faço com ele? Que devo fazer com ele?”

Podemos fazer muitas coisas. Há pessoas que, perante as cruzes da vida, se asfixiam na revolta e no desespero. Queixam-se, amarguram-se, arrasam-se. Às vezes, autodestroem-se.

Há outras pessoas que, com os mesmos ou maiores sofrimentos, amadurecem, ganham sabedoria e virtude, aprendem a ver e a amar as coisas e as pessoas de uma maneira nova. E, no meio da dor, têm uma vida cheia de paz, de grandeza e de fecundidade.

Há, pois, um mau modo e um bom modo de encarar o sofrimento. Este último é o que, em linguagem cristã, chamamos a sabedoria da cruz (cfr. 1 Cor 1, 25)."

(A Sabedoria da Cruz - Francisco Faus - Editora Quadrante)

Para ler mais, basta comprar o livro na Quadrante, por R$16,00, ou clicar neste link.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Salve o Papa Francisco I!

O Papa é jesuíta e latino-americano!

Que alegria, temos Papa! O Papa Francisco I inovou, reclinando-se para que o abençoássemos e rezássemos por ele. Jorge Mario Bergoglio, o arcebispo de Buenos Aires, tem 76 anos, é um homem culto, simples, argentino e amigo do padre Hortal, da PUC do Rio de Janeiro. Vamos conhecê-lo melhor, mas já gostamos muito dele. A escolha do nome homenageia os dois São Franciscos, o amado de Assis e o Xavier, co-fundador da Companhia de Jesus e Apóstolo do Oriente.


Cardeais dirigem-se a Capela Sistina
Escolha do Papa da Igreja Católica Apostólica Romana
Impossível não me emocionar com as imagens dos cardais entoando a Ladainha dos Santos, enquanto se dirigem à Capela Sistina, encaminhando-se na direção da cruz no altar, tendo ao fundo as dramáticas pinturas de Michelangelo. Desta vez uma espantada Sophia foi testemunha do jorro de lágrimas incontroláveis. Observei atenciosamente a fila de 115 eleitores fazendo o juramento sobre a Bíblia, para escolher um "candidato" da minha preferência. Mas não foi aí que me decidi, foi hoje cedo, lendo a coluna de Elio Gaspari no Globo.

No momento, Sean O'Malley, americano de origem irlandesa, 67 anos, cardeal da cidade de Boston, é o meu favorito. Um capuchinho simpático que sabe administrar e tem doutorado em literatura portuguesa e espanhola. Gostaria muito que minha escolha coincidisse com a do Espírito Santo, mas, assim que avistar a fumaça branca na chaminé do telhado da capela, esquecerei tudo e estarei pronta para amar o novo sucessor de São Pedro. Abaixo um trecho da coluna do Gaspari:

"Se os cardeais querem um pontífice com MBA, capaz de entrar na Cúria, botar a casa em ordem e estabelecer um clima de tolerância mínima com a pedofilia, os escândalos financeiros e as maracutaias da Cúria, o papa seria o capuchinho Sean O'Malley, de 67 anos. Ele entrou no conclave sem o favoritismo dos cardeais Angelo Scola (arcebispo de Milão) e d. Odilo Scherer, mas sua repentina ascensão à lista dos "papabili" mostra que a possibilidade existiu.

Um papa americano ofende muita gente, mas O'Malley tem origem irlandesa, como d. Odilo Scherer a tem alemã. Além disso, um papa com cara de Papai Noel é outra história. Trata-se de um religioso que pode ser visto nas ruas de Boston, andando com as roupas e as sandálias da ordem. Ele limpou sua arquidiocese, a mais prestigiosa e também uma das mais corruptas dos Estados Unidos. Seu antecessor, o cardeal Law, era um queridinho dos líderes dos movimentos de esquerda, mas vivia como um príncipe, mandava padres pedófilos para psiquiatras em vez de entregá-los à polícia, arruinou as finanças da arquidiocese, foi obrigado a renunciar e vive em Roma. Numa igreja que condena o divórcio, ajeitou a anulação do matrimônio de um filho de Robert Kennedy.

O'Malley é um pastor, foi missionário no Chile, junto aos sem-teto do Caribe e concluiu um doutorado de literatura portuguesa e espanhola. Pacificou seu rebanho, indenizou 111 famílias de vítimas de abusos sexuais e foi o primeiro prelado a baixar uma política de repressão a essas práticas. A Arquidiocese de Boston tornou-se um polo de assistência a imigrantes. Para um trabalhador brasileiro na cidade, é mais negócio procurar ajuda na obra social de O'Malley do que o consulado de seu país." (Elio Gaspari em artigo na Folha de São Paulo)
Sean Patrick O'Malley

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